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24 abril 2012

‎"Maledicência"

Perdido tempo sem volta
olhando ali e acolá
em mim ouro a brilhar
luz que não quis partilhar
escurecida por meus dedos
língua, do outro a falar
sombra a cobrir meu peito
neste olhar de mim distante
apenas aos passantes
vibrando o meu julgar
esquecido me deixei
longe de mim vagante
vivo neste mundo
como um louco, perdido
crendo são e vencedor
sendo insano e esquecido
direcionando a mim desamor
pela maledicência e egoísmo
... sou apenas perdedor!

(Kátia de Souza)

20 abril 2012

"Conquiste-me"

‎Não sou vaga utopia
palavras em conhecimento
sou certa melodia
cantada em vozes, sentimentos
difusa luz em companhia
permito-me ser descoberta
sou eu tua alegria
triste? talvez, emoção incerta
sou luz a conquistar
marejo em teus olhos
vicejo nas ondas
a deriva caminho pelo mar
desértico campo
íntimo em somente conhecer
aguardo de ti dedos
úmidos sedentos em saber
convite lançado ao vento
admiro-me ainda, teus lamentos
sou esta a te aguardar
falando, sussurrando
gritando o teu sonhar
entre letras, caminhos obscuros
por teus passos firmes, inseguros
trilhas na escura noite de ti
sedento de mim
aguardo-te em mãos estendidas
veja, ilumine-se ...
... estou aqui
sou eu tua Paz em luz ...
... no FIM!

(Kátia de Souza)

19 abril 2012

"Estático momento"

Pedra solta ...
no caminho,
caminha sem rumo
curtos passos lentos
momento estático
parado, imperceptível
movimento ...
ver sem olhar
enxergando o que dentro há
sendo sem mostrar
vivendo em silêncio
calada, muda o vento
humilde seu trilhar
vibrando intensamente
íntimo tormento
sonhando ver no olhar
homens a amar
sem precisar gritar
desafios em sofrimento
solta, calada
contemplando os passos
de quem passa sobre si,
em si sem ver que há
aquela ali a ser 
apenas uma pedra
firme a recolher
a dor de quem nada ...
... Vê ... Você!

(Kátia de Souza)

15 abril 2012

"Trilha a seguir"

Busquei no vento
caminho raro(efeito)
trilhando afagos
voando beijos
tocando afetos
bebendo abraços
tocando em voo
pousando em nuvens
forjando preciosa
pedra ... vida
recolhendo folhas
soprando pétalas
braseando fogo
fluindo líquida
em firme terra
sentimento vivo
desprezo frio
indiferença sórdida
morte da mágoa
fim de ti
segurança firme
silêncio certo
caminho a seguir
vida aqui, sempre ...
... em mim!

(Kátia de Souza)

"Porta fechada"

Apenas um sonho
sonhado em versos
canções rimadas
caladas vulgarizadas
por teus risos
aos borbotões
riso em mim caído
tido em ti presumido
cantado em letra
muda do eco 
surdo do peito
manchado ao leito
desprezo sentido
da indiferença não
vista dançando
meu canto música
sentida em parceria
entoadas vozes
no engano por não
ter-lhe ouvido
os versos escorridos
das lágrimas 
recolhidas dos olhos teus
contidas nos meus
no inconfessável
gesto trancando-se 
porta onde dentro
sobra-se ruídos
à distância
amor ... meu!

(Kátia de Souza)

14 abril 2012

"Mãos preenchidas"

Renasci ...
mãos postas
preenchidas de afeto
brilho nos olhos
ver-te novamente
conforto 
entrega prevista
do que a vida ensina
amar sem restrição
considerar teu coração
vigiar toda emoção
meu, teu sorriso
no rosto escondido
desejos
nos teus braços
me enlaçar
em apenas um gesto
a ti me entregar
frustrada expectativa
vago olhar
vazio entre os dedos
deste navegar
retorno à partida
por ti não mais esperar
vazia a vida
mãos assistidas
guardado afeto
para ninguém
entregar.

(Kátia de Souza)

"Olho adiante"

Olhos no vácuo
do teu rosto
sombrio aguardo
num vazio exposto
ansiado encontro
margeando desgosto
ainda lágrimas
caídas ao colo
escorrida da face
desse nada 
em estendidas mãos
soltas no ar
recolhidas agora
na segurança
da não permissão
nesta vida
estranha, esquecida
a minha emoção
ecoada e não ouvida
adiante apenas ...
... solidão!

(Kátia de Souza)

13 abril 2012

"Desejo confessado"

Eu apenas escrevo
o toque do beijo
em teus lábios
desejado beijo
não presente
deixado ao tempo
crucificado ao vento
nas margens do lamento
por saber-te não meu
agora perdido
neste que é só teu intento
sem ver o soprado
real momento
pelo nosso único sentimento
permito-me dizer
pela última vez
que sem você
sou confesso ...
... tormento!

(Kátia de Souza)

"Poesia, Só"

Há pessoas que escrevem ...
para a vida, 
para a lua
para o tempo, 
para o amor
Há pessoas que apenas cita ...
fala, não dita
o que o coração sente
mente quando acredita
Há pessoas que silenciam ...
no grito da alma soluçante
pinta no teto do peito
o incerto para ser constante
Há pessoas que apenas olham ...
falando pétalas ao vento
nada escrevem nos rastros feitos
sopram as plumas sentimentos
criam, ditam
calam, acreditam
sentem na verdade que mentem
revelam, confessam
gritando a qualquer hora
de todas as formas
paralisam os dedos
diante do rompante
grito silenciado
pela falta do ouvido
mudo, surdo, silente
Há pessoas que nada escrevem ...
vivem na certa solidão
intensa emoção
confiança que é semente
teu guia
em si só e apenas ...
... poesia!

(Kátia de Souza)

10 abril 2012

‎"o Par Perfeito"

O que sou
para onde vou
sentimentos
únicos ...
... meus
quem sou
pensamentos
únicos ...
... teus
fantasias
ilusões
você criando
foge de ti
fica em mim
belo intento
fuga no fim
projeção do si
sorrindo aqui
por isso invento
contemplando
loucura tua
em ser assim
sem ver, conter
laços catados
amarrados
teus desejos
sufocados
fora 
no outro
concretizado!

(Kátia de Souza)

O curso das águas

 Curva de águas calmas
assoreando as margens
impede a volúpia do rio
barreira apertando leito
corredeira em desafio
forças em ondas contidas
na noite vazão entre pedras
livres gotas unidas
é braço na vazão incerta
dedos espelhos d'água
essência do leito a calar
mansa, silencia entre as matas
corre sem jeito para o mar
úmida deita palavras
encharcando soluços fluidos
sufocando teu curso mudo
deita em teu berço atraída
pelo brilho desse intenso luar

(Kátia de Souza)

09 abril 2012

‎"O Verbo Amar"

Passo os dois pontos,
a vírgula e o travessão
vou direto ao ponto final
dito fora entrelinhas
ortograficamente
sem acentuação
ditongos, hiatos
entre paroxítonas
proparoxítonas
oxitonando até
deixando as reticências
afirmando sempre
não há tempo verbal
que dite regras
ao sujeito direto
de meus verbos
sempre imperativo
mesmo diante 
de interjeição
portanto, entretanto
e todavia, negar
já não se pode 
diante do que é 
silenciado o texto
sem pretexto encerro
no infinitivo calar
movimentando
gerúndio sem particípio
do meu eterno ...
... verbo AMAR ... Você!

(Kátia de Souza)

08 abril 2012

‎"Disfarce"

cansaço suspirado
olhos marejados
corpo fatigado
neste tempo 
inventado

escuro arcabouço
na boca desgosto
marcas no rosto
neste encontro
profundo poço

sorriso fingido
olhos tingidos
no peito cingido
dor segredada
em mim calada

(Kátia de Souza)

07 abril 2012

"Olhos de Ver"

Caminho teu trilhar
sem passos
surjo entre as nuvens
teus sonhos
afago teu rosto
sem toque
fecho teus olhos
tristonhos
recolho teu sorriso
sem falar
aguardo teu momento
sem nome
velo teu sono
acordar
doo pura em mim
emoção
calo teu verbo
sem pressa
sou contigo 
união
mostro teu engano
realidade
acordo-lhe do pranto
verdade
agora e sempre
sem saber 
vida em tolerância
mostrar
nosso amor a nós 
revelar
que tenhamos olhos 
para ver!

(Kátia de Souza)

06 abril 2012

"Sem esperar, apenas Sei"

Neste instante
queria de ti o abraço
afagar teu rosto
acolher-te em laço
afeto que sei em mim
sossegar teus passos
mostrar a trilha
segurar-lhe as mãos
confiança que sei aqui
lucidez clara sob meu olhos
à você mostrar
teus olhos secar 
novamente te ver sorrir
enquanto os desejos calam
os conflitos falam
aguardo você no fim
confortar-te-ei
certamente neste 
sempre que anunciei
te espero no amor
que às vezes, omiti
covardia que sei em mim
agora superados medos
revelo ao mundo ...
... eu, sempre te amei
dizendo sem dizer,
explicar não posso
nada espero de ti ...
... apenas Sei
Você e Eu ... 
... juntos no fim!

(Kátia de Souza)

05 abril 2012

"Pétala XXX"

Há um grito solto 
preso na garganta
há cruzadas mãos
ao ar acenando
intimamente ao chão
do meu peito
pisoteado pelo desejo
encharcado na ânsia
desse beijo
teu que não vem
segredo meu
grito ao mundo muda
esse absurdo
silêncio 
louca paixão, minha ...
... insensatez de te amar
Meu grito a te chamar ... 
... louca(mente) Vem!!!!

(Kátia de Souza

"Sem palavras"

Procura sem trilho
largo espaço sentido
desejos caídos
rachaduras deixadas
chão de nossos passos
veias preenchidas
vão desejo nos vãos
sou eu abismo
minha emoção
perdida na distância
ilusório tempo
não vivido
estático, parado
curvado nas frestas
de um coração
clamando o fim do tudo
nada gritado ao mundo
sem rumo, sem rastro
lastro em mim
pedaços jogados
no poço da noite escura
meus olhos perdidos
diante de lábios
calados falando ...
... o que não quero ouvir!

(Kátia de Souza)

04 abril 2012

"Ciranda"

Vida que voltas dá
ciranda seu circular
dança da infância
adulto, às vezes, há
diferenças difícil suportar
a quem não sabe ...
... cirandar.
Teu silêncio meu calar
meu olhos a te vigiar
mostra a mim, dançar
respeito o teu ...
... "não-suportar"
o que de mim estavas ...
... a esperar.
Aguardo a roda girar
no círculo da vida
ciranda a rodar
retornando a ouvir ...
... teu cantar.
Cantigas, a tua voz
na ciranda nós ...
.... vamos de novo ...
... estar!

(Kátia de Souza)

03 abril 2012

"Pequenino Ser"

Delicada eu sou
toquei teu olhar
acariciei teus dedos
suaves a abraçarem
meu corpo pequenino
imenso teu, meu ...
... encanto
vida a se encontrar
eu e você num toque
... num olhar.
divina essência
partimos nós 
do mesmo ... Lar!
Natureza bendita
mãe a acalentar
neste encontro
pólen do amor ...
... no ar!

(Kátia de Souza)

"Sabor de mar"

Sonhei tua voz
delirei tua pele
alucinei teu gosto
percorri teu cheiro
deitada ao luar
água morna 
gosto de mar
nua ...
teu corpo a cobrir
tua mãos a calar
teu olhos a buscar
delineadas curvas
uivos, gemidos
vento a denunciar
ondas a lamber
amantes ...
eu e você
meu, teu 
corpo a pedir
gozo, prazer
entregues
nos braços
do mar ...

(Kátia de Souza)

01 abril 2012

"Nosso Adeus"

Foi assim que eu te vi partir ...
você enlaçado em meus versos
pele ardendo, ranhuras das tuas ações 
não te quis sofrendo, chorando
pelo teu encanto lançado
afinal, tu és meu eterno ... amado

Vesti-me de seda, brocados e cetim
maquiei o rosto, pintei um sorriso
unhas, cabelo bem posto, lindo penteado
sapatos vermelhos, salto alto
e você lindo ... a sorrir

Retirastes as mãos da minha cintura
olhei-as pela última vez 
desenhei em tela mental, linda gravura
teus olhos, fixos em mim
meus olhos baixos, meio sorriso
tímido adeus, doía, afinal, era o fim

Afastei-me em dois passos 
ainda de frente a ti
sorrindo recebi teu elogio
da beleza revestida no corpo
postura firme buscando novo porto

O carro a me esperar
nuvens surgiram em meu olhar
já não pude te ver ou ouvir
distante estavas leve a caminhar
sorri por saber de teu desejo ... voar
liberdade calada em letras 
pude então partir

Antes da partida, ouvindo o motor
meu carro acelerado, lanternas acesas
liguei o limpador do pára-brisas, afinal
a chuva era abundante
tuas mãos, olhos ... enfim 
dentro, eram constantes 
não se esquece quem ama 
nem mesmo um só instante
te carrego dentro e te liberto fora
para que possas sorrir

Eu ... apenas fora carrego a beleza
vestes bem postas
dentro, tristeza, carrego
por saber não tê-lo perto
neste amor incompreendido
Você ... sorrindo é meu alento, no fim

Neste adeus só não vistes meus olhos
reflexo da minha alma denunciando
dor intensa por amar e ter que partir.

(Kátia de Souza)

"Pétala XXVIII"

Você que se veste no silêncio 
sorrateiro saboreia-me calado
esconde "entre linhas"
teu amor pelos cantos guardado
saiba ... te acaricio sempre
entre os lençóis da cama
daquele jeito de quem ama
em meu quarto úmido
lágrimas do desencanto
por não lhe ter aqui ao meu lado
fico a tua voz esperar ...
... neste eterno aguardo!

(Kátia de Souza)
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