Páginas

30 maio 2012

‎"Velha amiga"

Criança velha amiga
como danças sem pudor
como pula em energia
sorrindo em gargalhadas
gestos fartos sem maldade
ali está o seu presente
simples ... aquela flor
brilham olhos felicidade
beijo doce da saudade
encontrar-te ali feliz
pura em sensibilidade
autêntico, é lindo ...
... o teu amor!
vira estrela, gira a roda
mãe da rua e roleman
pega-pega e esconde-esconde
passa anel, virando em ponte
ali está velha criança
dentro e fora 
eterna infância
alento é ver-te ali amiga
íntima em carinho e afago
minha luz em esperança
viva em mim eternamente
comemoro, então agora ...
... ventos da boa aventurança!

(Kátia de Souza)

29 maio 2012

"Palavras loucas"

Gostaria de calar minha voz
neste desejo de falar que amo
seria meu grito num silêncio
aflito grito mudo gemido
neste sussurro ...
Sorrateiro entre linhas, letras
meu nome falo calando o teu
diante do teu gritando o meu
denunciando versos sem flores
aromas insípidos da ausência
chorando em agridoce sabor
pimenta ardente por calar-me
querendo pedindo e implorando
sutileza do teu ouvido
falando neste doce cheiro
presente dos afagos teus
esta brisa soprada ao longe
aquecendo os versos meus
nesta loucura truncada
palavras tortas feita seta
insanidades partidas ao meio
apenas desmandos
perfeita incoerência
dessa que hoje sorri
por te amar sem medo
aqui dentro eu, sendo ...
... poesia em essência!

(Kátia de Souza)

28 maio 2012

Detalhes de uma vida II:

Não há tempo
tempo para as dores
apenas saudade
lembrança dos amores
segurança em lealdade
destas lindas flores
jardim da vida
plantada na memória
onde ali tu estavas
sem tempo para dores
sorrir tomava nosso tempo
Viva a vida com você ...
eu, eles ... nós, nossos
eternos amores!

(Kátia de Souza)

"Encontro"

Abro a janela
lua no céu
rodeiam as estrelas
no quarto as velas
iluminam as rosas
incensos perfumam
o ar ...
no corpo as vestes
branca transparência
delineiam as curvas
olhos passeiam
no tempo a buscar
lembranças permeiam
cheiro que a brisa
faz questão de falar
no ar melodia
advinda da noite
enfeitando o momento
preparado por anjos
enfeitado em magia
letras que calam
dor e agonia
dessa espera em letras
por você, onde está?
ouço teus passos
perfume que abraça
tranca da porta
anuncia o instante
quando teus olhos
tocam meu corpo
tua mãos faz sorrir
os lábios calados
escuto no beijo
você a pedir
meus olhos nos teus
revelando sem pressa
junto a janela
testemunha o luar
trêmula voz ...
... nasci pra te amar!

(Kátia de Souza)

Detalhes de uma vida I:

O frio corta
pele que pede
chama em desejo
olhos se cruzam
pensamentos
unidos
atendido o pedido
teu cheiro em mim
aquecido o corpo
acolhida a alma
mudas as palavras
sorrisos partilham
falas caladas
existências unidas
pelo amor ...
... atadas!

(Kátia de Souza)

"Pétala XLV"

Recostada em teu peito
adormeço entre o sonho e o desejo
ver-te enlaçado em meu corpo
partilhando nesse instante
inconfessável teu segredo
você, eu ... nós nos amando
um amor suado, ardente
seiva que umedece
prazer dos nossos corpos
lágrimas de nossa alma
ânsia de uma espera
este nosso e único amor ...
... sem fim!

(Kátia de Souza)

"Pétala XLIV"

Trilho caminhos parcos
empapo-me no charco
sorrindo ao contemplar
perfeita e única herança
deixada ao tempo
seremos aqui e acolá
intenso navegar
divina aventurança
neste nosso barco
um dia só lembrança
sem dó semeemos
ali e mais adiante ...
... vida e esperança!

(Kátia de Souza)

Detalhes de uma vida:

Eu sentada
meu olhar
a te enlaçar
você a frente
sem perceber
admirada
contemplando
teu amor
em doação
dois seres
um só ...
... coração!

(Kátia de Souza)

27 maio 2012

"Tua"

Solto liberta
desejo que queima
arde, chama
acesa querendo
pedindo sem ver
lateja meu corpo
eriça os pelos
acende sem temer
recusa a culpa
assume o prazer
incorpora a loucura
tesão por você
imagino teu beijo
sinto teus dedos
percorrendo
desejo teu
descortina em gemidos
só prazer ... meu
escorrendo na pele
molhando o lençol
meu cheiro 
teu gosto
nosso prazer
êxtase sem dono
fim do abandono
inteira e entregue
nua e felina
sigo sem medo
dizendo, falando
confessando
em segredo 
ser para sempre ...
... somente Tua!

(Kátia de Souza)

"Confesso"

Quero gritar
teu nome
chamar sem medo
confessar sem fingir
dizer, falar
sentimentos
desejos
vontades
tocar teu rosto
sentir teu beijo
tua boca em mim
solta em teus braços
provar do abraço
me permitir
você, teus olhos
teu cheiro
meu corpo a ti
desejo que consome
tatuado em mim
grudado, molhado
suado
querendo
corpo arrepiado
dizendo sempre
foi assim
disfarce em horas
tortura em dias
segredo em anos
amor de eras
aqui sentido
contido
impossível no fim
sufocando
calando
emudecendo no fim
neste grito mudo
por te amar
silencio
querendo teus ouvidos
a mim ouvir
grito agora
intensa emoção
tremendo, chorando
pedindo compreensão
por que ...
... tem que ser assim?!

(Kátia de Souza)

26 maio 2012

"Regência"

O espetáculo começa
platéia vazia
batuta na mão
melodia no peito
batidas do coração
Você no palco
entrego a regência
teus braços no ar
mãos firmes a reger
sinfonia a tocar
Tuas mãos
ah! tuas mãos
a reluzir
não podes ver
põe-se a sorrir
teus olhos distantes
busca encanto
perdido no tempo
soprado ao vento
chorado lamento
gritado sem fim
envolvendo a mim
conquistando sem pressa
seduzindo intenso
calando o momento
partilhando em resposta
fingido silêncio
engano do si
ilusões duas vidas
lenta despedida
vista e sentida
partitura escrita
ignorada ferida
chorada dorida
indiferença agora
calada orquestra
regida sem pressa
adeus sem demora
ensinado aprendido
espetáculo pedido
a ti concedido
por minhas mãos
em mim vivido
consciente e amigo
amor desmedido
fica calado
ouvindo o som
da última nota
crendo você
ter sido regida
este tom que é eterno
minha e tua ... Vida!


(Kátia de Souza)

"Lembranças"

Olhos que vêem 
boca que cala
peito a doer
lágrimas que rolam
perdão que não chega
íntimo a clamar
turva visão
silêncio no ar
olho teus gestos
lembranças invadem
lamento que chega
lúcida piedade
em desatino debate-se
lança a culpa
condena sem dó
sob teus pés
sou loucura e doença
amor proclamado
são letras sem eco
a mim ignora
mais nada a dizer
só o peito a doer
por aqui perceber
que em tempos de fala
nada fora entendido
jogado ao vento
meu triste sorriso
junto e contigo 
hoje lúcida eu sei
estive comigo 
representante do só
por isso emudeço
ouvindo a mim
a alma me chama
junto a quem ama
e sabe dizer
as dores diluem-se
em mim viram pó!

(Kátia de Souza)

24 maio 2012

"Pétala XLIII"

Silêncio toca meu lábios
reveste minha língua
abra as porta de minha alma
chama-me a consciência
companhia inigualável
voz divina
Sou eu tua serva
instrumento dos teu dedos
cordeiro de teus pensamentos
de mim resta-me
vontade de amar-te sempre
servir-te sem medida
renovada em ti
sou força, luz, a paz esperada
sou Amor em Vida ...

(Kátia de Souza)

Quem sou?




Sou eu quem te acorda pela fresta da janela, luz a te dar bom dia ...
Sou eu quem repara em teus olhos ao espelho no seu preparo matinal ...
Sou eu quem te aquece o corpo te cobrindo a pele através da roupa escolhida ...
Sou eu que te recebe com cheiro de café e pão fresco ao te alimentar antes de sair ...
Sou eu que te recebe num beijo através do vento a tocar-lhe o rosto ...
Sou eu que te ilumina os olhos ainda tímido por detrás das nuvens ...
Sou eu que te faz sorrir quando no meio da calçada repara na pétala jogada ao chão ...
Sou eu que te acalma ao meio do teu dia ao te lembrar do lar que te abençoa ...
Sou eu que te chama a vida novamente no trabalho te relembrando as forças ...
Sou eu que lhe sopra ao ouvido não esquecer dos filhos que lhe espera em casa ...
Sou eu que te afaga a alma através da rosa ao te receber no jardim por onde passas ...
Sou eu que te faz suspirar sentado ao sofá relembrando o dia ...
Sou eu que te concede o ânimo de ler um livro, falar com o amigo ...
Sou eu que te impulsiona, mesmo cansado, a olhar a lua dedicando-a a quem amas ...
Sou eu que te cobre o corpo fatigado do teu dia e te vigia o sono sem o menor pudor ...
Sou eu que te acompanha por onde quiser e por onde você for ...

Sabes quem sou? Reconhece-me? Sinta-me!!!


(Kátia de Souza)

23 maio 2012

"Pétala XLII"

No silêncio ouvi:
"há quem se defenda
de ser amado
por temer
seus próprios desejos ...
Quem ama nada teme,
pois, ama ...
Dos desejos
faz paixões diluírem-se
em chamas acesas
do e para o Divino
que o(a) concebeu amando
Quem tem ouvidos de ouvir ...
... ouça!"

(Kátia de Souza)

22 maio 2012

"Riscos no Céu"


Lancei-me entre nuvens
extrema angústia
num pedido clamado
chamando por ti 
anjo bendito ...
senti teu perfume 
aroma dos deuses
alfazema e jasmim
lançado aos ventos
soprados entre as folhas
cantando louvores
entre vozes de arcanjos
ali mesmo eu vi
raiadas no céu
por dedos divinos
poesia riscada 
no alto entre os véus
sussurrada cortando
sombras dentro ...
... enfim
afago do olhar
luz azulácea 
intensa e sem fim
irradiada alma
costurada em meu íntimo
segura e firme ...
... aqui
entregue fiquei
em teus braços rendida
tua face em amor
acostumada à surdez
chorei ao sentir 
ouvistes, Você ...
... meu clamor!

(Kátia de Souza)


"Um sonho"

Te namoro sim ...
no corpo e na alma
esbanjando solidão
em tua ausência
falando gargalhadas
ao coração
em tua presença
fechando lábios
palavras sussurradas
de paixão
na próxima distância
dos teus versos
te namoro sim ...
na fuga singela
protegendo-te de mim
ansiosa por tocar-te o corpo
pele a seduzir
beijar-te a boca
saboreando-te dentro aqui
suando molhada
querendo arfando teu nome
no fechar dos olhos
confessando meu amor
no fim ...
namorar-te, meu sonho
te namoro, sim ...

(Kátia de Souza)

Desejo


21 maio 2012

Doce ilusão

Peito a doer
na pele o aroma
saudade suada
olhar distante
alcança quem ama
silêncio nos lábios
aos ouvidos fechados
desse grito contido
mantendo firme
força aparente
segredo escondido
íntimo frágil
desejante de ti
sendo acolhida
enlaçada nos braços
curando a ferida
selando laços
instante apenas
despede-se a mulher
assume a menina
recolhida em teu colo
nada a pensar
contigo estarei
por ti protegida
descanso enfim
apenas um sonho
ilusão de uma vida!

(Kátia de Souza)

19 maio 2012

(A)clara


Que dor é essa
que não passa
dilacera
corta
em lança
ferindo
sangrando
pedindo
implorando
navalha
cerrando
em faca
grito
neste gemido
fechado
trancado
nos lábios
cegando 
meus dedos
olhos vendados
clamo aos céus
aclara
em luz
a consciência
cegada
ignorância
de ser
este nada
transformando
dor 
em taça
brindando 
vida
por esta
que só 
é legítima
se vivida
abraçada
à clareira
desta infinita
caminhada
dói em lança
há tempos
e agora
amordaçada
apartada de ti
é em mim
ferida
que mata!

(Kátia de Souza)

18 maio 2012

"Gratidão"

Grata eu sou
pela vida
pela cor
nuances agradecidas
neste infinito
amor
manifestado
declarado
em letras
poesia
e flor
aromas
espalhados
dilacerando
a dor
transformando
o indesejado
sacrifício
em necessário
esforço
ao aprendizado
crescimento
inevitável
a todos nós
sementes
desta nossa
e só nossa vida
jardim
a chamar
ao seus detalhes
em imenso
clamor
Vejamos!

(Kátia de Souza)

17 maio 2012

"No meio do meu dia"

Perambulo calma
pelo meio do meu dia
sol no centro do céu
horas marcadas
arde sem pressa
no tic tac do relógio
lento os ponteiros
olhos meus
únicos e tão meus
a seguir este passatempo
neste instante
tão somente sem vento
quando ventania
em horas passadas
eram teus olhos tormento
nuvens a cobrir estrelas
agora só um momento
dia sem véu
aguardo permanente
distante entardecer
do jamais presente
dissolvendo a espera
diluindo metas
dissolvida, diluída
no meio do dia
sem planos
do só e sempre
separando, partindo
indo, construindo
paraíso de flores
neste anoitecer
e o vazio com eco
do não saber
do que valeu até
estas horas ... viver!

(Kátia de Souza)

15 maio 2012

"Escalada"

Ouvi por muito tempo
eco de meus passos
solo seco descampado
a voz do vento
rangendo, ardido, cortando
meu gemido
secando o pranto
feroz, o sol
queimando a pele branca
fina e delicada
expondo as marcas
Pisei pedras 
cortei os dedos
deixei pegadas
nodoadas em rubro
pálido rosto
olhos fixos
no peito a dor gritava
na beira do abismo
soltei meu corpo
eco estremecido
daquele grito
por mim apenas ...
... ouvido
entre nuvens espessas
fora acariciada
a visão turvada
corpo jogado ao chão
áspero, rugoso
úmido, lodoso
lágrimas caídas
fendas abertas ...
... como meu rosto
a frente, adiante
grito de todos
sem forças
olhos erguidos
pronta escalada
terreno rochoso
subida desejada
perguntam: só? 
já estou acostumada
depois ...
... comemoro com todos!

(Kátia de Souza)

14 maio 2012

"Um sonho"

Não tenho medo de falar que amo
não permito a culpa trazer-me a insanidade
livre diante das minhas emoções
encorajo-me a enfrentá-las
o cansaço abate-me diante da maldade
e a tristeza acomete-me diante da perversão
tenho saudade do lugar de onde vim
e esperança em retornar
desejos imensos de com amigos estar
assumo o egoísmo sem temê-lo
reconheço-me orgulhosa sem orgulhar-me disso
busco nas palavras a saída de meus conflitos
a cada passo percebo as respostas no silêncio
contemplo minha face entristecida
por ver a fraternidade ainda ser só ilusão
desejo intensamente a paz tão merecida
nesta luta de fechar-me os lábios
em apelo aos dedos agitados
cala-te grito da minha emoção!

(Kátia de Souza)

"Cansaço" (parte II)

É preciso sorrir ...
da melodia desafinada
ouvidos distorcidos
letras buscando poesia
alma desatinada
é preciso sorrir ...
do vento como ventania
garoa virando tempestade
sussurros sendo gritos
agitação como calmaria
é preciso sorrir ...
da projeção como verdade
olhar como sedução
gostar sendo paixão
amor como maldade
é preciso sorrir ...
mas, ainda choro
sendo assim ...
cansa-se os versos
caem as letras
agoniza a poesia
retorce-se o poema
morre então a magia
modifica-se o rumo
filme em outra cena!

(Kátia de Souza)

"Revela-te a ti mesmo"


O que procuras nas entrelinhas
o que buscas no não aparente
interpretar o que está oculto
revelar o que está ausente?

Não seria ver em letras 
teu íntimo num espelho
nítido a ti explícito
encontrar entre meus versos
teus desejos e teus vícios?

Ver-se no outro ... 
facilidade encontrada
da alma acovardada
enxergando em lábios fechados
o que jamais fora pronunciado?

O que em ti está guardado
no silêncio emoldurado
jamais verá em quem escreve
o mesmo ser despertado!

Cuida-te em consciência
conhecer é o que se pede
teu íntimo em ti trancado
por amor afagado
revela as entrelinhas
da alma encorajada
e todas as verdades 
serão a ti reveladas
tua luz então será ...
... com todos compartilhada!

(Kátia de Souza)

"A vida"

Abraça-me com teu corpo
respira-me, aquece-me
protege-me, afaga-me
dedica-me teu templo
a gestar-me semente
recolhe-me entre as farpas
do frio sentido no dia
franzino meu corpo ardia
em choro por ti clamava
laça-me em braços quentes
afastando o mal sentido
aflito o peito acalmava
aquieta-me em teu regaço
cedendo de ti a seiva
da vida a vida que nasce
gerando no ventre divino
mater essência permite
a vinda deste pedinte
sou graça espírito chegado
sou eu minha mãe ... teu filho!

(Kátia de Souza)

***

Descompasso
o passo
bailando
o que posso
neste tango
bailado
em bolero
com jeito
forrozado
ao som
da rumba
volteando
num clássico
movimento
moderno
de te ver
dançando
o zouk
xaxado
aqui 
agora
ao meu ...
... lado!

(Kátia de Souza)

***

Dois corpos
largados
suados
molhados
na chuva
torrente
de um nós
desejado
silenciado
no beijo
sonhado
jamais
sentido
pedido
no chão
do abraço
escolhido
permitido
cedido
vivido
neste
amor
por ti
sempre
em mim!

(Kátia de Souza)

"Amor insano"



Saudade
palavra 
escrita 
guardada 
contida 
dentro 
sangrando 
dorida 
por este
amor 
insano 
doente 
carente 
presente 
ausente 
distante 
constante 
permanente 
em nós 
eterniza a mente 

(Kátia de Souza)

***


Cabe a mim ouvir
meu lábios fechados
falar no silêncio
emoldurando
gestos ...
cabe a mim calar
meus olhos
vendo movimentos
tresloucados
cegos ....
cabe a mim sentir
meu peito emitir
claros desejos
uivando ...
cabe a mim provar
da indiferença 
sem repetir
desrespeito ...
cabe a mim permitir
o caminhar livre
voar no céu
das escolhas ...
cabe a mim cumprir
meu trilhar
sem aprovação
dos néscios ...
cabe a mim calar
minha verdade
ao deuses sempre 
guardar ...

(Kátia de Souza)

***

Até quando digo
falo, grito?
até quando explico?
inexplicável
justificável por ser
único em mim
escolha de poder
livre voar, viver
amando
desejando, sorrindo
feliz por querer
ser mais do que
o outro pôde fazer
por si ... sendo ...
vivendo por mim
amando você
até o fim
mesmo sem ter
tocar, beijar
será possível
a mim respeitar?!
quanto mais grito
tenho vontade
de assim continuar ...
decidido está,
vou amar!!!!!

(Kátia de Souza)

"Um Grito"

Difícil ouvir o diferente
fácil aceitar
mesma opinião
convenção
seguir o "certo"
padrão ...
menina brinca com boneca
menino com carrinho
é preciso debutar
festa de formatura
e não se esqueça de casar
e também ter filhos
mulher faz faxina
homem trabalha
machismo calado
pior do que o falado
impõem sem ver
que há muitos
trilhando o diferente
e nem por isso
deixa de ser gente
tantas as fachadas
fantasias caladas
amores confessados
enquanto no quarto
silêncio é tortura
sequer ternura
e o que é sozinho
se mantém sorrindo
cumprindo o que lhe é claro
em seu caminho
abramos nós ...
nossos ouvidos
cessemos o julgamento
ouçamos o outro
em seu momento
vejamos o outro
sem projetar
desejos nossos
a ele torturar
será preciso este ...
... À TODOS GRITAR????

(Kátia de Souza)

"Cansaço"

É tanto falatório
opiniões a transbordar
línguas, bocas
tagarelas a falar
planejam a vida
do silêncio falado
traçam sonhos
jamais pensados
almejados
desejos projetados
no outro pintados
difícil conceber
o único a escolher
preciso é querer
convencional a consumir
tradicional a convencer
padrão a viver
infeliz ... que importa?
importante é aparecer
mostrar e realizar
a maioria agradar
mudo, calado peito
gritado desejo
transparente
novamente vê-se
mudo sem ouvidos
cansado no fim
em teu silêncio
gritado, sentido em si
a ti o respeito ...
... de novo, tolhido!

(Kátia de Souza)

"Ciranda do tempo"

Tempo circular ...
lento, sereno tempo
passar nos vãos
momentos
querendo me deixar
instante levado
neste vento a passar
sentido eterno em mim
correndo sem parar
cirandando neste centro
rodamoinho no mesmo lugar
pensando ver mudar
estático vento
impossível transformar
desejo de ficar
parado a defrontar
esforço que não há
dor em mim ficar
passar nos vãos
momentos
lento, sereno tempo
... tempo circular.

(Kátia de Souza)

***

Falar de amor
sem precisar
calar ...

Calar a dor
dentro em mim
sorrir ...

Sorrir um sonho
livre contigo
estar ...

Estar a dois
sentir você
enxergar ...

Enxergar e ver
sentir a mim
confessar ...

Confessar sem medo
o nunca mais
chorar ...

(Kátia de Souza)

"Mágico Momento"

Banho-me em fria brisa em noite de lua
largo-me em lembranças e pensamentos
permito-me a ti entregar-me a alma
pura concedo-lhe o corpo templo meu
há eras dedicado, envolto por teus mistérios
segredados aos meu ouvidos calados
percebo tua magia sobre a pele
alva como tua filha em nudez aparente
caminho enfeitiçada por teu encanto
penetro mundos em mim
por mim todos os elementos
caminho ouvindo o cântico dos anjos
tua voz ecoada entre rochas
respiro a luz ainda em brumas
irradiada por teu servo em manhã nublada
gélida trilho cordilheiras
envolta por enevoado manto
cobre a pele teu olhar sobre velho corpo
sou passo lento em sereno momento
busco a tua face vergada aos teus pés ... meu leito
crio asas, tuas raízes, preencho-me de ti
faminta pelos campos a se descobrir
inebriada já não sou quem fui
perco-me de mim, encontrando-me ...
... novamente em Ti!

(Kátia de Souza)

"Luz da noite"

Sou eu que paira
no céu dos teu pensamentos
suave te acompanha
entre o brilho dos teus olhos
Sou eu que delicada
esfria a ardência de teus desejos
entre beijos selados
compartilhados sob o véu da noite
lê teus sonhos silenciados
Sou eu que ao teu lado
acompanha em teu leito
teu sono e teu corpo
lindo templo de alma tão querida
sou eu que te lembra
solidão?! Não existe!
teu recanto é o meu peito
feito encanto encontra-se comigo
Sou eu que me preencho
cheia em emoção por te amar
te abraça durante o sono
você a viajar
entre tantos mundos
Sou eu guiada pelo teu olhar
seguindo-me como centelha
diante da renovação
fecharam-se meus olhos
o manto se fez em escuridão
permitindo o renascer
num crescente
puro sentimento segredou
permitiu o minguar dos tempos
em si ... calou
sabendo do final, ciclo da vida
onde se finda
com o esperado encontro
selando, confirmando, nosso ...
... imenso Amor!

(Kátia de Souza)

"Estrela maior"

Amanhece um novo dia
vens num abraço acolhedor
chama-me aquece-me
permite-me acreditar
é Vivo por Nós ... esse Amor
ilumina o meu sorriso
guia meus passos
intenso ao meio do meu dia
brando a envolver
tocando-me ao entardecer
distante por traz de nuvens
sempre a confirmar
aos meus olhos sempre brilhará
certa convicção
nascida de pura emoção
calada na noite de lua
aguarda encantada e nua
pura, sublime ... teu amado
num instante apenas
serão ambos tocado
pelo feitiço, sentir encantado
vindo de ti Sol, neste seu ...
... nosso abraço!

(Kátia de Souza)

***

Em meu recanto te recebi
passos lentos até o abraço
olhares marejados ...
silêncio fala o que está calado
testemunha a lua, nosso laço
sentados ao chão
olhos fechados
sinto na minha, tua mão
nó no peito, desfaz-se emoção
sufocada a alma
suspira a prece em gratidão
doce encontro
amor aguardado
vivido em apenas um instante
em doce beijo ...
... por nós, selado!

(Kátia de Souza)

"Nossos vícios"

Queria a pedra polida
polir-se ainda mais em brilho
queria o carvão jamais
ser tocado em sua essência
queriam apenas queriam ...
todos serem o que já o são
seres criados por divinas mãos
esforçando-se inutilmente
falsa condição de ser diamante
outra que nada são
seriam desejos os sonhos contidos?
ou apenas ilusão?
vaidades e tantos vícios
nossa cegueira pela existência
ver-se que já o somos
neste simples ...
... a própria perfeição.

(Kátia de Souza)

***

Amor, um caminho,
uma trilha ...
recolhendo flores, aromas,
cores ...
buscando no vento a melodia
no riacho saciar a sede
árvores por companhia
pássaros entoando o tempo
espaço nas asas da magia
busca, encontro ...
atravessando sombras
clareiras se abrindo
olhos contemplando
tua face o tal ... Sublime ...
refazendo histórias
gravadas na memória
trajeto fixado em nós
por tua misericórdia ...
Amor, eterno Amor
caminhemos em tua direção ...
... na paz fruto em flor!

(Kátia de Souza)

***

Sou o que teus olhos não alcançam
o que teus dedos não contornam
o que tua boca não pode proferir
teu desejo mais oculto
tua fome mais secreta
tua mentira mais verdadeira
tua verdade falseada
mergulhada no teu saber
enlaçada nos teus segredos
fingindo apenas ser
o que teus ouvidos querem ouvir
ainda assim ...
ouço-te, olho-te, busco-te, toco-te
na segurança do que vi nascer de ti
amando-te estarei até o fim!

(Kátia de Souza)

03 maio 2012

"A voz do vento"

Hoje o vento soprou forte
sussurrou ao meu ouvido
me chamou ...
falou de meu anjo amigo
falou de Assis e de Francisco
escutei a voz dos grilos
o farfalhar das folhas
acariciando meus sentidos
pensei em Clara, irmã virtuosa
Amor Sublime ...
renunciando-se por Nós
transmutando seu amor
em pureza senti a tua voz
no vento confessei-me sem pudor
sabendo que nada sou
sei ou saberei
de tantos outros mundos
e neste restrito tempo
do que resta farei
proferido em letras
acontecer o que sempre busquei
à ti meu amigo, parceiro de todas as horas
tua serva, ao teu serviço
contigo caminharei
e os teus braços serão
para sempre ...
... meu abrigo!

(Kátia de Souza)

02 maio 2012

"Resgate"

gramas verdes saciada em ti
alcei voo pelo medo intenso
pousando no deserto em mim
fuga da emoção arredia
descabida insensata em si
chorei só ecoando teu nome
calei no silêncio sombrio
vagando por noites insone
pensando não mais sentir
retornei ao ninho primário
sufocando o pranto dentro
ensurdecendo a voz do vento
gritado no íntimo solitário
lá cercada em meu ninho
delirando a proteção sonhada
em ceder a tal arbitrária
paixão segredada e cega
em noite enluarada
sinto teus olhos em mim
novamente por tuas mãos
sorrindo da fuga frustrada
vejo eu em teu peito ...
... por ti feliz resgatada!

(Kátia de Souza)

"Uma carta de Amor"

Quero em teu braços ficar
cobrir-me com tuas palavras
preencher-me do teu olhar
confirmar o que não posso falar
ficar entregue a minha emoção
roubar dos teus dedos
insano gesto de paixão
rasgando-me dentro em desejo
reconstruindo a pele da sanidade
perdida em mim na ausência
omitindo meus versos explícitos
nas entrelinhas gritado
sempre serás meu amado
chamando por tua presença
sendo você um toque de letras
carta maquiada, sendo palavras
abraçando-me nas vírgulas
beijando-me em reticências
confessando-se entre dois pontos
entregando-se neste nosso ponto final
a perder de vista sem parágrafo
sou verso sem sentido sem você
poesia sem brilho na tua ausência
na falta, perdida em mim
para sempre Você Amar, no fim!

(Kátia de Souza)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...