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05 junho 2012

‎"Entre as vagas do mar"

Recém-nato
descoberto, nu
olhos fechados
cubro-te
manto da noite
enluarada
escura e fria
mar sem fim
aqueço-te o corpo
chamo-lhe de filho
pele enrugada
destas tantas
noite enluaradas
abro-lhe os olhos
amanhecer de ti
sorriso largo
vestes luminosas
preenchido e farto
vais a deriva enfim
perde-se
ondas a te levar
escorre entre os dedos
longe sei está
mergulho neste mar
enlutado
meu rubro manto
sentindo em brumas
olhos aberto
põem-se a fechar
choro por você
menino sem nome
silencio por aquilo ...
... que não sei tocar.

(Kátia de Souza)

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