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22 dezembro 2012

"Apelo"

A que se fazer um apelo
aos ouvidos atentos dos anjos
a que se dizer o que vem de dentro
passa e passa sem zelo
nesta que é a distância ... se fez
o breu deste silêncio que abarca
faz cair o véu em desespero

Não há n'alguma palavra
que remeta-me a ti Senhor da aurora
o sentido desse pranto
cuida, alenta e traga-me
nos braços a luz dos teu manto
canta tua voz melodiosa
a estes ouvidos atentos
alvorada que és em manhã calorosa

Não permita que eu sucumba
dando adeus ao sorriso meu
cerca-me dos teus braços generosos
seca-me toda palavra profana
transforma-me nesta que já é
íntima serva dos passos teus

Já não há tempo te peço aqui
venha não me deixes
diante dos meus gritos
seca a chaga desse peito aflito
ama-me trazendo-me assim ...
... perto de ti

Que se apague
chama que me queima
arde sem dó e fere
acenda-se a luz do cinza diário
quando de ti saudades tenho
clamando-te auxílio
neste nosso educandário

Que acenda-se a luz dos dias brancos
se faça presente meus passos tantos
em abertos olhos viajantes
voando pelo espaço e a deriva
caminhando solitária
tais andarilhos inconstantes
crendo neste brilho que a nós ...
... é, só e nada mais ... Vida!!!

Que a esperança não anoiteça
dentro do que se tem e amanheça
na obra de mãos que então trabalha
visa o que já é uma batalha
mas com teu olhos escudeiro
é vitória de todo seareiro

Venha a mim ó grande menino
arrebata-me desse abismo
salva-me da luta sem destino
envereda-me na marcha acertada
cuida e cala-me
quando me quiser ecoada!!!

Venha-me e este é um apelo
jogando palavras ao vento
chama inexistente ... tempo
de viver sem nome emudecida
mais uma desnecessária
por mim ali ... no papel ...
... por tantos ...
... uma letra ... Caída!!!!

(Kátia de Souza)

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